Encontrei esse belíssimo TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) enquanto passeava pelo Behance e na mesma hora fiquei encantada.
“Alice no Sertão das Maravilhas” é uma obra literária adaptada, baseada no livro “Alice’s Adventures in Wonderland” escrito pelo autor inglês Lewis Carroll e ilustrado por John Tenniel, que tem como objetivo difundir a cultura nordestina explorando as novas ferramentas e plataformas editoriais, além de investigar o papel do designer como autor. Todos os personagens, com exceção de Alice, foram substituídos por equivalentes brasileiros, assim o Chapeleiro se torna o Cangaceiro Aluado, o Coelho Branco é substituído pelo Tatu Galego e o caso final não trata do roubo de tortas, mas sim de tapiocas.
O cordel veio para o Brasil junto com os portugueses em meados do século XIX e foi assim batizado por ser comercializado pendurado em cordames. A região nordeste é o maior expoente deste tipo de literatura, seus livretos abordam temas cotidianos, fatos históricos, lendas e muitos outros assuntos que não raro são lidos em voz alta nas praças e feiras para atrair a freguesia.
O projeto foi desenvolvido em 2014 por Erlan Carvalho para o trabalho de conclusão de curso da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Alice é retratada como uma menina tipicamente nordestina, morena, com seu vestido rendado e um par de alpercatas. Mantem muito das características da Alice de Carroll, mas a pequena sertaneja é um pouco mais explosiva e tem sempre uma resposta na ponta da língua.
O coelho branco é representado pela figura do tatu galego, um tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus) vestido a caráter com suas roupas de couro de vaqueiro, aparece tocando seu berrante durante o julgamento.
Coronel e sua sinhá,é o casal que representa as oligarquias latifundiárias do período do Coronelismo.
Assim como no conto original, a mulher é quem manda na relação e o homem vivem pedindo a aprovação da companheira para tomar alguma atitude. O vestuário do coronel é composto por trajes finos, provenientes de alfaiataria.
O personagem de Carroll é inspirado no ditado popular “Mad as a hatter”. O mercúrio utilizado na confecção dos chapéus era inalado pelos chapeleiros, causando graves problemas neurológicos. O cangaceiro aluado tem sua condição avariada por uma bala alojada na cabeça, que recebeu durante seus anos de cangaço.
O gato listrado dá lugar a um gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) que é pintado. Assim como o gato enigmático do história de Lewis Carroll, o gato gaiato consegue desaparecer na hora que quer. É muitas vezes confundido com um gato doméstico por conta do seu porte, quando não passa de um animal selvagem.
Você pode ver o material completo clicando aqui.
O Primeiro capitulo do livro está disponível no Issu (Clique aqui para ler), em comentários da página Erlan disse que pretende lançar no ebook na amazon, agora vamos ficar na torcida! 🙂
Bia Lourenço,17 de agosto de 1992. Leonina, Formada em Design Digital e Pós-Graduada em Gestão de Eventos. Moro em São Paulo, Capital. Apaixonada por Alice, Turma da Mônica, Harry Potter, Mulher-Maravilha e Star Wars.
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